terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E todos esses sentidos? Essas direções estranhas? Não as conheço. Ao redor, um turbilhão de detalhes, um amontoado de sentimentos.
            O breu dos espaços entre as coisas mórbidas e soturnas desse ambiente me faz sentir tonturas, desequilíbrio da minha mente, tudo que se pode dizer sobre delírios.
            Não sei em que patamar permaneço agora. Minha vida agora, mostra-se enaltecida não entendo por que. Jamais sonhei com tal momento. Mas o medo desses caminhos estranhos, sonda se estou ou não em transe. Penso, ou melhor, não testo um isso de memória para tentar entender o que esta havendo.
            Permaneço paralisado diante um momento tão esquisito, mas tranqüilizador. São sentimentos mesclados, sentimentos que se chocam e eu, perdido em meio uma esmagadora nuvem de dúvidas...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Venho intermediando por esta, mostrar as palavras precisas para poder expressar aquilo de tanto tempo esperado para ser dito. Aproveito a ocasião e diluo já tudo aqui reprimido pelo pudor desconcertante de não conseguir dizer olhando para seus magníficos olhos.
            Tenho vivido hostilizando meus próprios sentimentos e sonhos, deixei minhas vontades sufocarem-se pela falta de coragem em exprimir tudo.
            São inúmeras as noites que passo em claro imaginado o pedaço de céu cuidadosamente refletido por seus olhos e com uma parte dos raios de sol centrada em seus cabelos.
            Almejo incessantemente ouvir o timbre delicado de sua voz tranqüilizante e a melodia que faz ao sorri.
            Tenho tanto para lhe falar, mas, em muito não consigo encontrar a palavra precisa para expressar todo meu sentimento por você. Talvez eu não seja digno de seu amor, porém não posso mais esperar para me arriscar em lhe falar o que há muito me sufoca o peito. Nos momentos em sua presença me falta a fala e sobra a necessidade de ficar contemplando sua delicada beleza. Desejo poder te abraçar nos seus momentos de alegria. Desejo estar diante de você mesmo nas horas em que estiver sem vontade de ver ninguém.
            Sou de todo o coração amante dos seus olhos, sua pele delicada, seu semblante de anjo. Tudo é lindo em você...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nossas uniões se transformam entre si, numa grande satisfação para nosso ego, envolvendo cada um de nós em grandes alegrias. Nossas diferenças, entre tanto, não são capazes de separar aqueles que buscam a paz em cada instante vivido. É importante se sobressair das armadilhas causadas pelo nosso orgulho. O coração deve ser acolhedor e receber o alheio de braços abertos. Pois ele necessita, assim como todos nós, de afeto e carinho.
            O próximo não tem culpa das nossas derrotas ou perdas. É esportivo respeitarmos a ele, e, vermos em seu semblante a face de um irmão.
            A vida se concretiza na mais alta performance quando nós nos reunimos para festejar o milagre, o milagre que fez com que o homem manifestasse dentro de si, a vasta necessidade de viver e sorrir.
            Que nunca deixemos de comemorar a felicidade que habita nossos corações.
Ninguém é capaz de limitar os sentimentos, nem de acabar com eles. Não somos capazes de saber até onde o amor suporta, e relatamos, às vezes, que ele é para sempre. E quando ajoelhar-se diante do carinho, a alma não será capaz de suportar o ódio e fará com que a vida multiplique a tristeza sem que haja divisão de solenidade e virtude.
            A vontade é quem suporta o medo e nos transporta para uma dimensão onde existe a paz e a serenidade para que a vida faça um pouco mais de sentido.
Ninguém é capaz de limitar os sentimentos, nem de acabar com eles. Não somos capazes de saber até onde o amor suporta, e relatamos, às vezes, que ele é para sempre. E quando ajoelhar-se diante do carinho, a alma não será capaz de suportar o ódio e fará com que a vida multiplique a tristeza sem que haja divisão de solenidade e virtude.
            A vontade é quem suporta o medo e nos transporta para uma dimensão onde existe a paz e a serenidade para que a vida faça um pouco mais de sentido.
O homem de aventuras amorosas se dá ao luxo de sorrir sempre quando está no clímax do momento. Esquecendo que o prazer é curto e consequentemente fajuto quando termina, ele, após tantos acontecimentos envolvendo “amores” tem a carência entronizada em seu coração, causando rumores de solidão. E quanto mais ama sem amar, mais triste o homem...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Às vezes o que a vida nos proporciona não é o suficiente para completar aquilo que nos deixa entusiasmados. De vez em quando vem aquela tristeza no coração e a gente desconhece a sua origem ou por que ela veio.
         Pensamos em nosso passado, na distância que estamos dele e qualquer detalhe nos faz lembrar o quanto o tempo passou. É neste momento qum vem o aperto no peito que chega a sufocar. Ficamos entristecidos em alguns momentos e em outros, o riso traz um pouco de paz, mas logo as lágrimas se tornam nosso campo de lembranças.
         A vida também nos mostra surpresas inesquecíveis, cuja elas, enrugam nossa face e traz euforia e felicidade. Há casos em que nós nos surpreendrmos com tanta voracidade, que nossa índole se magoa e a tristeza toma conta de tudo, fazendo com que o arrependimento e a realidade se entronizem causando uma revolução em nossa mente.
         Lembrar e sorrir, lembrar e chorar... Lembramos da vida passada, da nossa infância inesquecível, quando nada nos fazia tristes, não existiam amores, paixões ou decepções que nos colocassem num poço profundo sem que pudéssemos ter forças para sair. Aquela época em que tudo era brincar, sem ter responsabilidades, ser dono apenas de nossos brinquedos. Quando amanhecia era uma brincadeira, à tarde sorrisos e à noite dormir com a mente tranquila, eufôricos para amanhecer e começar tudo de novo. Parecia até um pouco monótono demais e falávamos em crescer logo não para ser somente adultos, mas para lembrar da infância...
Quando a necessidade de afeto chega ao seu clímax, o desejo se torna um tormento para o coração. As divergências entre o afeto e a sutileza de sorrir, afeta principalmente as mentes mais vulneráveis ao caos. E na arte de se sobressair, vence aquele que da vida tira a sabedoria de viver nos momentos certos. E quando a tristeza tenta o abater, mergulha na paciência e na virtude de respirar fundo e ollhar para frente sem ao menos derramar uma gota de lágrima por derramar.
Entristece-te paranóia fala devaneia
Que te sentes só, ermo ao mundo
Paira soberana alma ao fundo
Como baixo rumor que pranteia

Vem em si a consciência torta
Maltratado pela existência abandonada
Dos muitos que são fadas
Por tua lama agora morta

Perânte à existencia escondida
Almeja um ser singelo
Mas lhano com tua vida

Vem então efêmero, o fim
Benevolência ao redor popular
Parte a virtude ostentada assim...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cartas espalhadas

Cartas espalhadas, adormecidas e tangidas pelo tempo. Quantos versos contidos nelas! Versos estranhos, impuros, versos empoeirados pelo fascínio de serem lidos e despidos no futuro.
            Ah! Quantas linhas traçadas pelos olhos fitos no horizonte, mesmo sem verem. As mãos teciam cada letra, cada detalhe, traçando índoles e almejos. Nossa! Que saudade... Que aperto no peito, este só, sem calor alheio, imaginava e discorria, mandando na mente e nas mãos, as que tanto foram testemunhas da angústia aguda daquele que é o centro das emoções. As canções, todas elas. Todas aquelas que se faz perder a linha da razão deixando a sensibilidade mórbida, sem reta, perdida num caminho de horizontes infinitos.
            Hoje as recordações transmitem lágrimas, transmitem desejos, arrependimentos, risos... Ah! Os risos! Quantos foram eles...
            Os sonhos deliciam-se da loucura da vida e o passado é uma ilusão real, triste e sublime.
Embora nossas mentes insistem em viver o presente, não há o que fazer quando surge do nada as velhas lembrança do tempo de criança, dos grandes momentos; instantes vividos com prazer, alegria. Às vezes, nos vêm à tona pensamentos inexplicáveis, sensações incontroláveis. Cenas do passado que insistem em reaparecer, e aquelas que jamais esqueceremos. O primeiro grande amor, na época, o único. As inexperiências, as falas, que hoje, sentimos vergonha de dizer, mas foram ditas, sem pensar, sem medo ou pudor.
Os grandes amigos, alguns até hoje prevalecem, outros tão pouco reconhecemos.
A vida nos proporciona caminhos alternativos, cada um de nós seguimos aquele mais benéfico. E enquanto caminhamos, nunca podemos esquecer o passado, a origem de tudo, os amores, os risos, as alegrias, os amigos... só assim a vida se completa.

Abria as portas do mundo
Diante os olhos o céu azul
Em meio ao fundo
Corava o amanhecer

Fechavam-se as portas do horizonte
Tudo extremo, vazio, longe
Descia do topo do pico mais alto
E contemplava o ato

Mergulhava nos distúrbios ermos
Chorava lágrimas de sonho
Sonhava, sonho, sonho

Ao longe via assim
Distante do semblante que almeja
E perto demais, do fim

Natureza

Natureza
                                              

Eu que faço parte até de teu corpo
Tudo que sou, és que explora
Embelezo tuas manhãs, o céu, teu rosto
Presta-te que esta voz te implora

Padeço da sorte, imóvel
Dependo da vontade alheia
Bondade dissolúvel
Tens-me água que pranteia

Permaneço só no mundo
Tua casa, teu lar
O que sonha, teu tudo

Sobrevives de mim
Breve chegará o meu
O teu fim

Trecho de O homen que imaginava

                 Quando pensou em voltar percebeu que para onde quer que fosse não conseguiria fugir a si próprio. Sua alegria ele a via se esvair como água por entre os dedos. Suas emoções confundiam-se, tudo começou a girar enlouquecidamente em sua cabeça.
                O tempo, a paisagem, o seu redor, tudo misturava num carrossel de cores translucidas e paralisantes... Sentou-se perplexo, sem entender o que estava havendo consigo. Hesitou em abrir os olhos e manteve-se imóvel e torpe. Precisava de algum alento capaz de inibir tanta sensibilidade, tanto mistura de sentimento.

Apenas

              
Apenas

Queria poder ter o privilegio de cativar o olhar desconhecido
Mergulhar na imensidão do coração
Mover um pedaço do seu mundo
E conquistar as vitórias que me fariam bem

Queria ousar falar não
Dizer sim nas horas improváveis
Gritar diante o silêncio
E silenciar o caos dos pensamentos...

                                                          
Olhar no fundo dos pensamentos
Dizer as frases perfeitas
Tocar com o carinho preciso...

Sinto falta dos abraços e beijos imaginados
Das palavras não ditas
Dos risos, delírios e planos conjuntos ....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quieto

Não falo de amor
Não falo de paixão
Nem de flores 
Ou ao menos desse desejo

Digo palavras apenas
Expressões avulsas
Sem nexo ou fim           
Falo simplesmente

Porque existe tanto para se dizer
Um turbilhão de vozes presas
Entupindo as vias por onde saem
Entorpecidas de almejos, as frases       

Mas poupo-me dessa angústia
Passo a vez aos que falam e falam e falam        
De pronto, somente sinto, torço e clamo calado
Falando em pensamento escrito
Simplesmente não me vejo no espelho
Não sinto minha pele quando a toco
Não vejo o horizonte flamejante
Não percebo a moldura do meu coração

Atravesso meus pensamentos
Pisando louco em seus flancos
Nacos de emoções entropecem-me de vazio

Não há angústia, tristeza ou esperança
Existe um oco sem fim dentro do peito
Um buraco sem dimensão de conhecimento

Os transtornos, todos eles findaram
A sensibilidade do vento no rosto, esvaiu-se
A dor, essa, foi-se
Caminhou perdida por entre os olhos
Que não podem mais sentir 
O belo azul que compõe o céu

O mundo não é mais habitável
E a maior das torturas
É a vida, a vida, que continua...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Trecho de um conto que vou terminar

O vento da tarde batendo em seu rosto, cortando o calor de suas preocupações, devorando o resto de alegria contido ainda da manhã. Olhou em seu redor, para o horizonte penetrando em sua frente, não tinha certeza do que sentia, em seu peito uma dor sem igual, uma saudade de coisa nenhuma, um vazio agudo, uma mistura de tristeza com euforia. Aquela brisa ainda penteava seu semblante, o sol escondendo-se para aparecer quem sabe a outras almas tristes. Ele lembrava-se da infância, dos dias de alegria que tivera, do dia de ontem, da manhã confusa e estranha que tivera, e uma gota de lágrima cortava, nesse instante, o rosto gélido que trazia tantas marcas da vida, tantas lembranças marcadas de sentimentos extremos. E um soluço, um soluço calado, a mão levada à boca. Dentro de si algo se transformava desesperadamente, enlouquecido, um sentimento antes travado, guardado, sufocado, agora liberto, livre de si próprio: ele chorou. Chorou, mas não como antes, como tantas vezes fez, chorou diferente. Os ombros mexiam-se descontrolados, os traços do rosto enrijeceram... Mãos levadas à face sem pudor ou ressentimento, enfim um sentimento jorrado para fora de seu ego...

sábado, 25 de setembro de 2010

Criança

Ah! os dias de ontem... todos passados
Ilustres primaveras, os verões eternos
Os outonos e invernos
De infância marcados

As flores, os campos, os vales
As brincadeiras incríveis
Sozinhas, aos pares
Tempos inesquecíveis...

Saudade que toca o peito
Que sacia o desejo de voltar
Relembro com jeito
E brinco de lembrar
                                  

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fito os olhos na imensidão do horizonte cravado de lembranças. O pranto que agora reina do presente, me faz esquecer. Vou profundo no meu coração buscar um motivo para sorrir ou algo que me faça mais contente e não disfarço a grande vontade de contemplar o semblante que tanto me cativa.
Em busca da movimentação da alma a produzir êxito para que a mente suporte a tragédia dos dias monótonos, alimentamos algumas ilusões soberbas a fim de concretizar algo que nos faça sorrir um pouco. Buscamos nos olhos as verdades e na alegria, um pouco de paz, no entanto, ao encontrar algo parecido, o coração palpita de emoção e a vida mostra-se imprevisível a olhos nus.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tempo

O tempo simplesmente


O infinito como dedução ilógica

O amor sem o consentimento de ser

O mundo diante olhos escancarados de sede



A soma de formas

A tentativa de poder ser

A loucura como base satisfatória

A forma de sonhar em pequenos desfechos



E o desejo demente de explodir tudo em migalhas

E a vontade misteriosa de amar o nada

E diante o semblante?



Amar já não significa tanto agora

O tempo esvaiu-se

A vida acabou.

Mais um dia

Mais um dia


É manhã, mais um dia que inicia

Será longo esse dia

Fatos do cotidiano, impuro talvez

Não, não obstante é essa vida

Vaga, iluminada, torpe tensa

Retratos de loucuras insaciáveis

Muitas delas bobas loucas extremosas

De tópicos exóticos sabores



Ah! Esse viver contínuo e relâmpago como luz ofuscante

Traduz toda falha dessa escultura

Essa vida não é mais como outras, andantes

Outras obras do tempo de elmos e belos castelos



Essa é como as abstratas

Mesclam ondas e ondas tontas

Giros alongados, loucos, alargados

O futurismo de cabeça alada virada

Mãos pés rostos sonhos sons

Queda...





Passos aqui passos largos rápidos tortos

Mil deles sob comando, parados, estáticos

Dedos telas teclas tons tantos tab

Cedo sono sonho sonso



Ruas roncos riscos trens carros

Na cabeça pressa, logo, lado atrás, atraso.

E o trabalho: tato tanto triste tenso tá.

Mais um dia quente de pé, sentado, fado...

E a vida vai...

Espreme-se delira deleita deita descansa mais e mais

Roda reclama ama chama

E vai...



E a vida vai

Renasce jubilosa entre farelos

Entre delírios e ais

Entre a boca triturante do tempo

O tempo de agora

O hoje: mesmo, igual, só, afora



A vida mostra sua força

Mostra sua fragilidade

Sempre se mostra

Aparece simples, suprema e bárbara



E diante os cacos da mesmice

A vida vai...

E vai a vida



A emoção acabou

Foi-se com a noite

A noite se esvaiu longe longe

Alívio ao nascer do sol?

Ou a tragédia de mais um dia?



O dia traz alegria, pesadelo, choro

Traz o mundo, traz a vida

A pena do seu nascer

O dia não é mais aquele

Aquele... aquele do fim do sol

Da noite passada, de ontem

É mais um, só mais um...

Mais um dia... um...

Apenas...


terça-feira, 24 de agosto de 2010


E se o homem pudesse ver além de sua visão, além de onde os seus olhos podem alcançar? Seria preciso muito equilíbrio de sua mente para manter-se frio e observar o que há depois do horizonte, para enxergar que o infinito é apenas o início. Algo tão grandioso e intangível que sua razão poderá se esvair. Até que ponto ele chegaria? O que seria dele quando voltasse? Suportaria ainda esse mundo?
A roda da vida gira enlouquecida, como se o mundo fosse uma grande reta e lá no final existisse algo tão maravilhoso, tão esplendido, que palavra nenhuma conseguiria descrever tanta beleza.



As mutações todas que ocorrem em nossa trajetória traduzem cada detalhe dessa beleza, pois é através dos gestos e dos sentimentos que conseguimos entender sentindo e não ouvindo, os adjetivos dessa alegria exuberante: viver.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Penso que este corpo que aqui se esmera pelo mundo seja uma prisão. Não falo de simples prisão, mas de uma em que podemos enveredar pensamentos bons, ou apenas devaneios insuportáveis. O mundo se esvai por entre os dedos, o mundo ao qual chamamos vida. Ah! Essa vida imprecisa, repleta de anseios e loucuras destruidores de prazeres os quais talvez nem desejamos e que acontecem com uma simplicidade tão eloqüente, tão doce.

Nós

O ser humano se prende a si mesmo no intuito, é claro, de acertar sempre. O homem se posta de tal forma para tentar sobreviver, para tentar se manter ou simplesmente para sentir e não percebe que todos somos medíocres, ridículos. Para o ser humano o mundo nunca será suficiente, a ganância, a miséria de sentimentos, a loucura por poder, transforma-nos em seres desprezíveis. Ressalto aqui a prisão de nossa alma: a condição de ser humano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Quem se Habilita?

Quem se habilita a comentar sobre a vida;


Mas um comentário inovador que calasse as dúvidas e anseios;

Um comentário que registraria como realmente é a vida;

As emoções que sentimos, o desejo insaciável de sentir;

Os almejos eloqüentes do ego, o subconsciente insano,

De uma loucura externa;

Um comentário que faria abalar a mente,

Que explorasse o que há dentro de cada, mas de cada palavra.

Cada sílaba que traduzisse piamente

O que é sentido naquele mesmo instante...

Ah! Seria muito complicado,

Eu diria impossível!

Não existem palavras para expressar qualquer sentimento,

Qualquer razão.

O valor verdadeiramente aceito

Simplesmente é abstrato.

O que traduz a sensibilidade é o silêncio,

São as lágrimas, o suspiro profundo...

Saudade Improvisa

Ah! a saudade me transporta para um mundo passado


Leva-me torpe, sem destino ou rumo

Quando alcanço o limite da ilusão;

Os delírios aludem-me em profundo



Entre o caos ruidoso da multidão:

Um grito,

Um grito gerado pelo silêncio acumulado,

Pelo silêncio gritante e sonoro das vias sombrias

Dadas às causas devaneias e incertas dos meus ais...



Ah! quanto tempo se passou, quanto tempo...

Morte das horas intermináveis

Outras que penosamente se rastejavam

Um tom solene de silêncio apurava

E diante de mim, o escuro futuro incerto

A mente e o corpo em caminhos opostos

Duelam frios, acabrunhando o passar das horas



Quero voltar, não para o passado,

Não para o antes de ontem, mas voltar...

Voltar para o preciso momento do sim, do não,

Na hora exata em que ouvi a primeira palavra, senti o primeiro toque...

O medo desconcertante,

ao pudor trêmulo e inconstante...

Voltar não apenas no vago olhar da despedida, não...

Mas... no primeiro instante dos cala frios

Dos tremores... dos rumores...



Ah! O primeiro beijo...

Que começa com um risinho sem graça,

Um virar de rosto infantil... e logo as bocas se calam...

Aproximam-se, distanciam-se, e jogam-se...



Quero tocar, pelo menos, com as pontas...

Os detalhes das pontas... as pontas dos dedos

Naquilo não tido, não chorado

Tocado... tocado... tocado...

No estremecer do instante

Na hora exata da ebulição dos sentidos

No momento preciso da explosão do sangue

E deleitar tudo novamente em doses longas e rastejantes...



Oh! Vida sem regresso

Quanto do seu tempo ainda resta

Para saciar o oceano de lágrimas

Derrubadas num só instante de loucura e saudade...

Meus queridos sonhos delirantes

Distantes do poder de alcançar o cume;

O topo longínquo e incerto do coração

E do sentimento posto à prova da resistência...

Falas

O tempo simplesmente



O infinito como dedução ilógica


O amor sem o consentimento de ser


O mundo diante olhos escancarados de sede






A soma de formas


A tentativa de poder ser


A loucura como base satisfatória


A forma de sonhar em pequenos desfechos






E o desejo demente de explodir tudo em migalhas


E a vontade misteriosa de amar o nada


E diante o semblante?






Amar já não significa tanto agora


O tempo esvaiu-se


A vida acabou.



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

É tanto para se dizer,


Inúmeras peripécias,

Infinitas lamentações,

Arrependimentos...



Eu queria ser um vírus

Uma bactéria de mim mesmo

Penetrar em minha mente

E desligar os fios de minha consciência



Viajar nos meus pensamentos,

Não nos devaneios,

Mas nos fluxos de minhas razões

E sabotar o meu feitio.



Desligar-me da realidade,

Fazer-me fluir sem pensar,

Agir pela instantaneidade

E não pensar nas conseqüências.



Evaporar de mim a espera,

Essa que nos faz desacreditar do mundo,

Esvair-me de qualquer remorso,

Deixar de crer que o homem,

É um ser medíocre, vazio, torpe.

Oposto

É como de tudo movesse ao contrario do que se espera


para o lado oposto

oposto à razão, inerte, torpe, oco



A espera masca as carnes

Desaparta o sangue frio

Destrói os caminhos

Essa demora incontrolável

Provoca náuseas

A mente ultrapassa o reconhecível

Delírios e alucinações desafiam a lógica



Eis então, estúpida, a realidade

Tantos sonhos em vão

Esperanças infundadas

E a certeza se esvaindo Por entre os dedos



A busca insaciável é quebrada, destruída

Como folha seca no outono

A ilusão de uma verdade

É estourada como bolhas de cachoeira

Essa agulha pontiaguda, destruidora de planos e sonhos,

Essa coisa nociva, margem, limite e abismo: teu não