terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cartas espalhadas

Cartas espalhadas, adormecidas e tangidas pelo tempo. Quantos versos contidos nelas! Versos estranhos, impuros, versos empoeirados pelo fascínio de serem lidos e despidos no futuro.
            Ah! Quantas linhas traçadas pelos olhos fitos no horizonte, mesmo sem verem. As mãos teciam cada letra, cada detalhe, traçando índoles e almejos. Nossa! Que saudade... Que aperto no peito, este só, sem calor alheio, imaginava e discorria, mandando na mente e nas mãos, as que tanto foram testemunhas da angústia aguda daquele que é o centro das emoções. As canções, todas elas. Todas aquelas que se faz perder a linha da razão deixando a sensibilidade mórbida, sem reta, perdida num caminho de horizontes infinitos.
            Hoje as recordações transmitem lágrimas, transmitem desejos, arrependimentos, risos... Ah! Os risos! Quantos foram eles...
            Os sonhos deliciam-se da loucura da vida e o passado é uma ilusão real, triste e sublime.

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