quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Exaustão (Valdomiro Maria)

         


                O cansaço incomoda-me em todo seu excesso, em toda sua noção de desequilíbrio. Estou exausto da mesmice, exausto dos mesmos gestos, dos dias intermináveis, das semanas e meses que não acabam mais e outros nocivos de tempo que se esvaem como porção de água apanhada por uma mão. Estou farto de ter esperança, de ouvir me pedirem paciência, cautela ou respeito. Ora, a vida não foi concebida a mim para que eu a pudesse viver intensamente como se não houvesse um amanhã, vivê-la de maneira volúvel e incontrolavelmente intensa, com amores e descobertas magníficas?
            Pois é, nem ao menos sei por que estou nesta vida, neste momento, nesta dúvida intransponível. Será mesmo que existe o certo, o errado? Será mesmo que os mais velhos sabem o que realmente dizem, sendo a experiência um conjunto de erros?       
         As respostas simplesmente não existem. O que existe é essa angústia de ser apenas mais um entre os seres que sentem a vida na sua mais alta performance, seres que vêem a insignificância em sua forma mais primitiva e arrogantemente hipócrita de um mundo exuberante e sem respostas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

E de repente o tempo transita nas intermináveis avenidas dos pensamentos
A loucura notável do intransponível caminho sem volta das palavras disparadas,
Mostra que a precipitação requer algo palpável diante sua existência.
A cautela se torna algo sem o tato preciso e fica cada vez mais preciosa.
Os sentimentos, então, transformam-se nas mais dolorosas dúvidas.
Com uma pitada generosa de arrependimento.
É onde os sonhos deixados de lado por alguns instantes ecoam ensurdecedores.