terça-feira, 18 de novembro de 2014

Quem sabe um dia 
eu volte a sorrir de verdade.
Sorrir soluçante, dançante,
amante da realidade.
Sorrir de saudade, à vontade.

Por entre desilusões
sem as ruins sensações,
por mil corações...
sorrir, não rir, mas sorrir.
Sentir cada pingo de detalhe
em que para sorrir, tudo vale

E entre risos e sorrisos,
moldar meu coração
com alegrias por vir
e disso tudo rir e sorrir.
Estou tentando realizar um poema
Algo fascinante
Emocionante
Que provoque suspiros
Longos suspiros de admiração
Todavia, está se tornando avassalador
Na verdade, um caos!

As palavras parecem me detestar
Relutam em soar
Fogem resolutas e escondem-se
Sabe Deus onde

E eu, mero mortal,
Apenas tenho que sofrer
A falta do que escrever

Este branco do papel
Como o infinito do céu
Estrangula-me os miolos
E continuo sem ter o que dizer

O que me sobra é escrever... 
Vez ou outra há o confronto, mas não aquele tradicional, imoral, físico e epilético. O confronto desajustado de uma falência geral, que resta da sensatez. Monstruosamente o desequilíbrio da mente tenta deduzir-se, e o que resulta não priva-nos da dor profunda e aguda dos reflexos involuntários desse coração inquieto e nocivo.

Neste círculo insano não existe alma que resista o suficiente para devolver-nos a razão ou o que restou dela. É aí que nossa mente esmaga-se frenética nos rochedos das causas. Tamanhas são essas que se intitulam perdidas, assim...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Entre mundos
Valdomiro Maria
... e as voltas que o mundo dá,
Desorientam a forma de pensar.
As reações intercalam com prazeres infundados
Vindos de imaginações repletas de utopias, pecados.

O mundo não é mais seguro,
Viver já está suposto e instável.
As estações que o coração permeia, no escuro,
Surtam, misturam-se e inexistem entre si.

Todo recanto de tranquilidade
É posto à prova.
Incontestáveis análises sem fundamentos...
Os olhos figuram todo o agudo dos sentimentos.

A convivência com o ego,
Transforma-se numa batalha
Em que o sorriso desnatural, que falha,
Esvai-se sem contestar coisa alguma...
E nesse manto escuro dos dentes,
A mórbida e soturna sombra do desespero que sente,

Parece ainda resistir, mesmo suposto o coração frio.

terça-feira, 18 de março de 2014

Sob dimensões outras (Valdomiro Maria)

Abriu os olhos,
Neste instante o tempo parou.
Continuou intrigado numa outra dimensão
Perdido, ele eloquente,
Saboreou cada detalhe daquilo
Sabia que não era sonho,
Pois alucinado pelas sensações,
Sentiu-se apto a se deliciar.

Não acreditando estar sóbrio,
Embebeu-se de euforia,
Moldou-se à moda em si
E viveu cada segundo intensamente.

Mas a outra dimensão é ultrajante,
Cortou-lhe o olhar,
Seu paladar cessou
E a emoção deu lugar
A um sentimento confuso.
Esvaiu-se por entre seus dedos
Toda formosura daquilo.
Entendeu que a vida,
Aquela que rompeu em seu peito por um instante,

Ah! Aquela está apenas em dimensões longínquas...