terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Espelho dos olhos (Valdomiro Maria)


O silêncio dos retratos
Espalha a saudade,
As lembranças inesquecíveis
De um tempo em que a vida,
Esta tão intensa já vivida,
Transforma-se em armadura.
Tatos no rosto e o sabor das lágrimas,
As que inundam o grito calado do choro,
Traçam novamente os relevos do tempo,
De um tempo que só existe no espelho dos olhos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A vida é uma droga alucinógena (Valdomiro Maria)




O tempo simplesmente esvai-se torpe
A inconstância de suas oscilações
Ultrapassa a efervescência da história
E o destino é só uma miragem insana

Loucos vivem em contraponto ao tempo
Suas expectativas a cerca da vida
Transpassam a membrana da razão
E o mundo, veloz, gira delirante

Quantos pensamentos se debatem na mente
Voam enlouquecidos em busca de algo
Mas o quê?
O que tanto procura essa angustiante
Essa deliberada e volátil vontade?

O que esse mundo interior procura
Que se corroi com tanta violência?

Mas o que acontece com a mente é que
Não pode viver sem a loucura do momento
Sem a incompatibilidade dos pensamentos
Sem os delírios e sonhos que se lançam ensandecido
Nesse mar alucinante que são as dúvidas e anseios

A vida é uma droga alucinógena
Viciosa e cativante
Simples, pura, frágil, sensata e incrivelmente espetacular