sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Simplesmente não me vejo no espelho
Não sinto minha pele quando a toco
Não vejo o horizonte flamejante
Não percebo a moldura do meu coração

Atravesso meus pensamentos
Pisando louco em seus flancos
Nacos de emoções entropecem-me de vazio

Não há angústia, tristeza ou esperança
Existe um oco sem fim dentro do peito
Um buraco sem dimensão de conhecimento

Os transtornos, todos eles findaram
A sensibilidade do vento no rosto, esvaiu-se
A dor, essa, foi-se
Caminhou perdida por entre os olhos
Que não podem mais sentir 
O belo azul que compõe o céu

O mundo não é mais habitável
E a maior das torturas
É a vida, a vida, que continua...

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