terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Ainda o horizonte...

Ainda o horizonte...

O horizonte tem um quadro cronológico.
Não é fixo, não é igual,
Sequer é lógico.
Admirando esse visual
Há um certo prazer que não se atinge;
Há algo inacabado,
Mas não é naquele mapa dissipado
Que transita na minha cabeça.
Existe um não sei que dentro de mim
Que emociona-se sem fim,
Não cessa as páginas
Inacaba-se transformado em lágrimas.

A satisfação enfurecida,
Atrás dos olhos está enjaulada.
Em infinitas manifestações ousadas,
Da alma - que flamejada -
Se doa ao vento
Em direção ao centro
De todas as emoções
E de inacabáveis frustrações.


Valdomiro Maria

Sobre algum sentido

Sobre algum sentido

É observar o céu
Olhar para um ponto fixo
Transferir para lá
Toda a eficácia de sentir
É tentar inverter a necessidade
De explosão
De dentro do peito
Porque o prazer de sentir
Torna-se quase que insuportável
Um sufoco intermitente, visceral, insano
Há maneiras de senti-lo
Das quais o corpo não desfaz
Insiste em expelir
E clama para estar-se
Apoderado dele.


Valdomiro Maria