Que tem a lua num calabouço claro
Esperando lá um luar sereno
Despindo-se das áureas
Envolta num manto vazio
Oco de emoções, encoberto de sonhos
Esse luar não se mostra
Apaga frente à escuridão
Clama pela luz esvaída
Só, entre grades mórbidas, pranteia
Cada gota de chuva expelida
Torna-se um dilúvio
E os sentimentos pungentes entre maremotos
Prendem-se tortuosos
Nos braços de uma saudade
Pois a sensibilidade
Dilui-se com a noite...
Valdomiro
Maria