O vento da tarde batendo em seu rosto, cortando o calor de suas preocupações, devorando o resto de alegria contido ainda da manhã. Olhou em seu redor, para o horizonte penetrando em sua frente, não tinha certeza do que sentia, em seu peito uma dor sem igual, uma saudade de coisa nenhuma, um vazio agudo, uma mistura de tristeza com euforia. Aquela brisa ainda penteava seu semblante, o sol escondendo-se para aparecer quem sabe a outras almas tristes. Ele lembrava-se da infância, dos dias de alegria que tivera, do dia de ontem, da manhã confusa e estranha que tivera, e uma gota de lágrima cortava, nesse instante, o rosto gélido que trazia tantas marcas da vida, tantas lembranças marcadas de sentimentos extremos. E um soluço, um soluço calado, a mão levada à boca. Dentro de si algo se transformava desesperadamente, enlouquecido, um sentimento antes travado, guardado, sufocado, agora liberto, livre de si próprio: ele chorou. Chorou, mas não como antes, como tantas vezes fez, chorou diferente. Os ombros mexiam-se descontrolados, os traços do rosto enrijeceram... Mãos levadas à face sem pudor ou ressentimento, enfim um sentimento jorrado para fora de seu ego...
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
Criança
Ah! os dias de ontem... todos passados
Ilustres primaveras, os verões eternos
Os outonos e invernos
De infância marcados
As flores, os campos, os vales
As brincadeiras incríveis
Sozinhas, aos pares
Tempos inesquecíveis...
Saudade que toca o peito
Que sacia o desejo de voltar
Relembro com jeito
E brinco de lembrar
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Em busca da movimentação da alma a produzir êxito para que a mente suporte a tragédia dos dias monótonos, alimentamos algumas ilusões soberbas a fim de concretizar algo que nos faça sorrir um pouco. Buscamos nos olhos as verdades e na alegria, um pouco de paz, no entanto, ao encontrar algo parecido, o coração palpita de emoção e a vida mostra-se imprevisível a olhos nus.
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